Anoitecer em luto, silêncio que ensurdece
Madrugada escura e fria, um sonho infinito
Esperança morta que se apaga e não aquece
Ao futuro eterno em que apenas se é bem dito
 
Por vermes da terra, ratos em posição de prece
Em nome de quem limita a minha força e o grito?
Tu não fazes sentido, vampiro que não se oferece
A quem o sangue, tu agradeças por teu espírito
 
A natureza em tempestade pelo nome da morte
Cadê a mão que não cava nem mesmo uma cova?
Não faça de mim um veículo que te sirva veloz
 
Ao egoísmo da glória, muito menos o passaporte
E tão pouco a minha alma, em abonar a sua prova
Calando a minha boca, mas jamais a minha voz 

 

 

Murilo Celani Servo
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