Alma, almazinha . . . porque requeres tanto assim de mim
Tua exigência é meu sofrimento e este atordoa e fere
Não permitas maldizer o dia que vi teus iluminados olhos
De inquietantes lampejos e de belas e doces promessas
Hora há de vir, em que vai chegar a nós um absurdo cerco
E hei de ficar abandonado a tua procura; pasmo, tonto
Uma quase paranóia, da mentira que cristaliza fundos males
Pretensão de relva solta, que vai secando incontida ao fim
Não articules então uma só razão que me traduza vil
Por não nos depararmos com algo que justifique e coabite
Intra nós, rasa matéria de imediata centelha; apagando-se
Retratando-nos finitos, em que pouco existimos plenos
Pairamos na mão erguida do louco carinho a doente agressão
Convencidos que tudo partiu de uma fúria infinda e vã
Onde passo a passo, rompe nossa pouca resistência ao remorso
Se quando presentes, perdemos a vez e a aptidão dos amantes
Atmosfera dos descuidados, que nos acoita e açoita em prantos
Tresloucada atitude, assumindo desvios direto pra precipícios
Convite intencional, onde dos escombros; erguemos o inexato
Compondo aquela trupe, de testemunhas e protagonistas,
de um destino de guilhotinas.
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