Nada Não!

Nada não!
Oco transversal no refugio da lucerna
Convexo rio carregada trajetória
Estranho amor pó rosa
Veneza calor na rua
Gala subtil arranca teu pus
Lapela brilho de ouro
Solitária moribunda vida
Refratar a insípida existência
Trecheia na borda da noite
Vácua atroz desilusão
Pranto com prestígio e nenhum dinheiro
Seco bolso em prosas cuspindo anchovas
Recato pairando a merda no cais
Membros em sífilis postados a borda da cama
Minha cútis sangrenta no arrabalde
Sonos promíscuos na vasilha de amêndoas
Sonora cânfora fincada a narina
Aquilo queimando na balbucia
Pâncreas movimentando-se triturando gelo
Fumaça andarilho na lapela
Jaqueta cintilante de almofadas
Sofá púrpuro atroz
Monte mercúrio desbotado
Dia pálido como eu
Arrasto-me a teu oráculo
Melancolia troça barbado Ana luzido
Mingau na cola do canto
Preguiça na noite sólida
Destrói rocha meu projeto
Moenda do desejo
Água que bate na encosta
Quintal de flores amargosas
Vento zunido nos pára-brisas
Estiam minhas lágrimas vadias
Derreto no ranger da crosta
Pletora teu busto rústico
Assim só madeira de dar em doido
Curral bambuzal da peste
Malharia de infernos
Acelerando meu cérebro
Atormentados cadernos
Seu eu te encontrasse ontem talvez
Tentasse desembrulhar esse barbante
Ass., Biosas
 
 
 
 
 

 

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