A TARDE É SÓ O PRENÚNCIO DA AUSÊNCIA

A TARDE É SÓ O PRENÚNCIO DA AUSÊNCIA

A tarde é só o prenúncio da ausência.

Árduo é enfrentar a noite.

Recolho-me em silêncio, como alguém

dentro do invólucro do medo.

Em vão.

Os pesadelos do meu infortúnio 

reúnem-se religiosamente às 22:00 horas

e as decisões que tomam sufragam

justamente o que não sou. 

Fico à mercê dos sonhos:

Ah, se a realidade fosse um pássaro e o meu destino também!

Hoje, quando acordei, havia resquícios de ontem em mim...

Isso porque o amanhã se fez tão distante

e a aurora está morta.

Quero alguma coisa, procuro-a em algum lugar

e só ouço a resposta: continue!

Cadê o que sou? 

Luiz Carlos
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