Não sei que poeta sou, nem tampouco
Que poesia escrevo, a quem meus versos
Se destinam, de que falo,
Se não, ainda mais, não sei se poeta sou,
Porque no dia de hoje, estranho, sem medos,
Encontro-me sem nada
Ou muito, contudo, não entendo um só verso que sonho,
Meus olhos se perdem no vago vão,
Que é nem largo nem fundo, nem onde.
Ora me farto de nada, ora o nada me farta.
O que sei então?
Uma palavra se quer custa-me revolução,
Outras comunistas gritam através de mim para o mundo
O que eu não sei
Nem ao menos sei quem sou.
Indiferente.
Não sei de tantos quantos, muitos, severos,
Muito menos dos santos, pois são tantos,
Porém elas, por mais ignóbeis que me insultem,
Não me convencem. Pena.
Perdoe-me poesia.