Coisa que nunca reparo,

é no dinheiro e na cor,

tem ruim de grande valor,

e o simples às vezes custa caro,

e a cuidar não me paro,

se é branco, preto, amarelo,

vão virar o mesmo farelo,

quando da terra se for.

Por isso pouco me importa,

quando minha fortuna soma,

cavalo se faz na doma,

e a faca boa é a que corta,

e quando minha guela solta,

menssagens para a minha gente,

me sinto igual uma vertente,

onde os amigos água toma.

A cor pra mim não é nada,

quem repara tenho pena,

Rei Pelé, Rei Ayrton Senna,

um era branco outro preto,

pra provar que não me meto,

e que nunca fui luxento,

vindo uma loira eu tento,

se não der vou na morena.

As cifras nunca darão,

o que ganho do Rio Grande,

respeito onde quer que eu ande,

sem cobrar nenhum vintém,

falo por mim, mais ninguém,

posso morrer sem ter luxo,

mas todo verso que eu puxo,

são para que a Pampa se agrande!