Nas trancas do viver, a minha consciência
Transcende a razão, a procura da saída
Quando no tempo, luta contra a carência
Da visão que me cega, o real desta vida
 
Em teu labirinto, sou alimento por essência
Que em teu prazer, me faz ser a tua comida
Na direção que faz cumprir, a tua exigência
Quando as tuas portas fecham o caminho de ida
 
Preso por teus ferrolhos, forço o que me corta
Para que possa ver, o sol que brilha a luz
Da liberdade, que atrás da porta, me conforta
 
No abrir de tuas portas, minha alma se transporta
Além de tuas mãos, quando então era cruz
Os meus sonhos nas cores que me seduz

Murilo Celani Servo
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