Memória de navegante


Naquele mar que fui navegante
Hoje sou apenas um corpo errante
Inclinada a beira da loucura
Carrego uma carga de amargura

Os ventos me arrancaram do cais
Deixando meus sonhos em vendavais
Condenada a permanecer navegando
No mar aberto, quem sabe afundando

Minha vida foi arrancada do convés
Fui atirada na violência das marés
Senti afundar todas minhas vitórias

Cansada de navegar novas distâncias
E ter galgado tantas intolerâncias
Decidi navegar pelas minhas memórias

Por Lucélia Lima
Em 04/03/09

Lucélia Lima
© Todos os direitos reservados