OS PERALTAS

Quando da esperança eu dependia,
Meus sonhos tantos, causavam espanto.
Fantástica eram minhas fantasias,
Eu era um misto de pecador e santo.
 
Hoje longe vai o tempo dos sonhos,
E, longe vai o viço da mocidade.
Meu semblante entes tão risonho,
Ficou triste com o peso da idade
 
Olham para nós, os mais velhos,
Como se fossemos um mal contagioso.
Mais não se preocupem os guapos fedelhos,
Nem todos saberão o que é ser idoso
 
Nós os mais velhos, com muito orgulho,
Somos o livro que a vida escreveu.
Sempre encontraremos agasalho
Nas lições e experiência que a vida nos deu.
 
Não queremos ser estorvo, esse é o nosso desejo,
Só precisamos e devemos unir nossa velhice.
Respeitem nossa dignidade, não queremos nada de sobejo.
Se há beleza na vida: Está em fazer peraltice!
 
Entendendo a vida poderemos ser sempre peraltas,
Porque há uma criança dentro de cada um!
Só o viço da mocidade é que nos faz falta,
Porém espirito de criança!!! Parará tibum, tibum, tibum.
 

Não olhem com espanto a velhice porque nem a todos ela pertence, são muitos os que ficam pelo meio do caminho. No seio dos considerado selvagem porque culturalmente e socialmente são diferente de nós, o velho é a fonte do saber e por isso é considerado e tratado com respeito por sua dignidade. Nós os civilizados cantamos tanto a saudade para uns e lembranças para outros baseados nos livros e por isso condenamos ao ostracismo àquele que duramente aprendeu com a vida.

Vendo-me refletido no espelho e renegado.