Da janela eu vejo a moça,
Na janela do seu quarto,
Ou sentada. Belo quadro,
Ou deitada. Bela moça.
 
Sou escravo desse quadro,
Sou escravo da janela,
Sou da minha e sou da dela,
Sou escravo dessa moça.
 
Mas a moça nem me liga,
Deitada, na janela, ou a sentar,
Está sempre a fazer figa,
Pra esconjurar meu olhar.
 
E o pior dos meus tormentos,
Chega justo no momento,
Da moça ir repousar,
Quando em repentino gesto,
Ela ouve o meu protesto,
E começa a se trocar.
 
Desnuda ou com pouca veste,
Olhares ainda investe,
Sobre a janela de cá,
Até sua  cortina cerrar.

 

Luís Maurício
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