O acaso me protege, rege, segue
Pelas sendas que me caminham
Pelas paragens que me aninham
Belos cantos me escutam, atentos
Apreciam minha mudez, minha surdez
A realidade me vive, intensamente
Alegro-a com minha impotência
Sutil, suave, constantemente
Agindo em mim, determinada
Nada, nada a afugenta
Esfria, esquenta, tem potência
Lapida-me a seu bel prazer
E eu, eu, eu sujeita a seu lazer
Eterniza-se, satisfeita com minha falência
~
Venezia
Tania Montandon
© Todos os direitos reservados
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