Era uma vez...
Uma réstia de sol,
pingava orvalho no friso das folhas...
Eu me ia contente de ficar,
no portão de entrada,
à beira de mim mesma,
perguntando ao sol quando voltaria,
Se tão cedo, partia...
À beira de mim,
no profundo de mim,
na periferia do nada,
absolutamente despojada,
pobre de tudo...
sem mais querer,
além de me devotar à esperança
de me ver,
ouvir-me,
pois que o vagido antigo
do ranger das horas,
arrastava a vida,
sem me avisar.
Não me vi a mim,
tampouco...
Sequer ouvi-me!
Busquei a TI!
TEUS olhos me emprestaste,
lagos onde me debrucei...
Mergulhada me abismei...
Algures ...alguém...
a me querer!
E... por tanto que TE olhasse,
Um tesouro me mostraste:
Foi a mim que eu pude ver!
ENI GONÇALVES
...
Curitiba, abril de 2008.
Eni Gonçalves
© Todos os direitos reservados
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