Eu precisava escrever,
lhe contar o que eu sentia.
Já não podia mais viver,
sem me livrar desta agonia.

Quando lhe vi tudo parou,
de testemunha eu tive o mar.
Nosso olhar então se cruzou,
e um anjo pos-se a tocar.

Jamais vi tão rara beleza,
que se eleva na simplicidade.
Brilhando teus olhos, em realeza,
impune diante a maldade.

Me atormenta, este sentimento,
que deve em mim se calar.
Não sei mais o quanto aguento,
lhe esperar, de frente pro mar.

Aranha
© Todos os direitos reservados