Me tremia as mãos, e quebrei ao chão o espelho molhado
Naquele momento certo por um certo pavor
De voltar àquele tormentoso passado.
Joguei-o ao chão
Na esperança de romper todo mal desencadeado
Nem tudo é assim, eu sei, porém me desagua o espanto no coração.
Ânimo vi nos olhos da senhora e da criança quietude
Parada em meio à solidão não há trilha sonora que acompanhe
A falsidade, a incompreensão do mundo só e a sua magnitude.
Ai, velhos senhores de velhos temores ainda nos perscrutam
Persistem pois ainda escuridão e seus resquícios
Vícios e indícios que para nós atrasam e refutam.
A época que haveria de vir
O tempo vindouro além de sangue e de ouro
Mais que um sonho colhido na mente e no porvir.
Ah, entenda, não quero nada além de mim
Vejo mais que um reflexo quando se afastam de mim
As luzes, as vozes, sua competição contra mim..
Irracional e estática, estética soberania
Leve sua loucura e sacrifício para outro lugar
Aqui resta alma digna, e nunca sai de moda nossa sabedoria.
A diferença presente, a essência onipotente
Reconheça o som do mar e sua humanidade respeite
Lembre sempre de sua origem e de seu final intransigente.

Isadora B. Ab
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