Ouço dentro de mim vozes inaudíveis

Como se meu ego me regasse o pranto.

Escuto, mas não compreendo o quanto

Tal momento me faz os órgãos sensíveis.

 

Talvez minha engenharia genética diga

Se estou ou não me sentindo meio louco;

Nada sei. O que consigo entender é pouco

Diante das sequelas que são minha fadiga.

 

Cada vez mais tais vozes aumentam o tom...

Tudo é confuso! Bem ou mal, ruim ou bom,

É como se os diálogos fossem noutro idioma.

 

A respiração está frágil, quase não sinto o ar.

Não corro, nem ando... É preciso me poupar,

Pois mesmo ainda lúcido, sinto-me em coma!

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

 

Ivan de Oliveira Melo
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