Ele é o homem da minha vida!

A nossa missão é amar e ser feliz!

Tudo é possível quando somos livres para ser e crer. Somos todos um, vivenciando a individualidade para compreendermos a totalidade da arte de amar.

Estou irmão do Diego Caetano, ele está deficiente mental e auditivo, a deficiência limita a capacidade de aprender e executar algumas atividades, porém, somos todos deficientes. Uns não têm um braço, uma perna, um olho... Outros não têm tolerância, paciência, respeito, harmonia, disciplina, humanização, amor.

Ele me inspira a viver o que há de melhor na vida. 

Na etimologia de deficiência, a palavra é descrita como imperfeição, insuficiência, falha. O meu irmão está deficiente físico e mental. Porém, é o ser mais lindo que conheço. Meu amor, meu amigo, meu irmão, meu cameraman, meu fã, meu professor...

Julho de 1991, o nosso parceiro de vida chegava para completar o quarteto que compõe o lar Caetano. Um menino lindo, amado, esperado. Infelizmente uma simples diarreia mudou a nossa história, estruturando um quadro de dor, traumas físicos, mentais e existenciais.

O nosso menino travou uma luta contra a morte, e sobreviveu às várias investidas de doenças complexas e agressivas.

Doenças mentais, transtornos psiquiátricos ou psíquicos, entre outras nomenclaturas. Quantos momentos de dor, causados por uma simples desordem neurológica. Na memória prefiro não refutar as crises de epilepsia. Nos braços o meu amado irmão sem consciência, com espasmos musculares que sacodem o corpo, confuso, perdendo o controle vesical.

O desespero sufoca a racionalidade, ficamos sem chão naqueles momentos de terror, eternamente memorizados na nossa existência.

Dentre os fatores causadores, a genética, a química cerebral, traumatismo craniano, má formação cerebral, distúrbios metabólicos e outros fatores ainda desconhecidos. Além dos fatores descritos pela ciência, não podemos desconsiderar o destino que nos conduz a caminhos desconhecidos ao longo da vida.

Queria eu que o meu irmão fosse curado, deixando de usar diariamente fenobarbital, carbamazepina, clonidina, resperidona, imipramina e levomepromazina. 

Meu irmão tem uma vida relativamente normal, se não fosse o constante tratamento contra as patologias.

Muitas pessoas o consideram diferente, ignorando a sua presença enquanto indivíduo.

Através deste singelo texto, procuro destacar com propriedade o “mito da normalidade”, como irmão de um portador de deficiência física e mental, digo que essas pessoas veem o mundo dito normal por outro ângulo, assim posso afirmar que não existe “normalidade”.

O que é ser normal?

Para construir a instituição família não é preciso de padrões sociais, normas estabelecidas e sim de amor, paciência, diálogo e cumplicidade.

Meu irmão é simplesmente tudo nas nossas vidas.

Meu querido amigo eterno irmão.

Um ser lindíssimo!

Simplesmente Diego.

Quase Dhiogo, mas não é!

Um ser especial.

Com múltiplas necessidades.

Visto como diferente...

Mas todos nós somos diferentes!

Ele é parte de mim.

Meu ser que se divide em dois corpos.

Não destaco a sua diferença.

Pois o amor vai além das nossas diferenças.

Diego, obrigado por absolutamente tudo!

A felicidade é um estado de consciência, devemos estar felizes em todos os momentos, a felicidade é um remédio que cura tudo. A felicidade que está em mim, está em tudo, inclusive dentro de você. Uma árvore, uma flor, um sapinho, o sol, o arco-íris, a lua, as pessoas, tudo nos conduz à felicidade.

Sou grato ao meu irmão, mãe e pai, por me ensinar a compreender a vida. Eles inspiram-me a viver o que há de melhor no ato de existir. O nosso amor transcende o todo e se manifesta na forma de milagre.