Ando por este mundo a sonhar
De mãos vazias, apenas com o coração
Como um estranho nunca paro no mesmo lugar
Nem mesmo a minha alma que se mim e vai separar

Penso no que sou, no que ando a fazer
Qual a vida que me é destinada
Se ser feliz é sofrer
De mãos vazias, onde fica nada.

Porque nestes dias não há um céu estrelado
Tudo no sonho é treva
Na estrada, o meu triste fado
Cuja flor morre mesmo quando se rega.

E assim sigo vivendo
Procurando um sentido
E vivendo vou morrendo
Em vão tendo existido.

celia bastos
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