Quando fizeram a mim

talvez por supor o que era o amor

puseram cá sonhos sem fim

e versos cheios de cor

 

brancos e pretos

amarelos e vermelhos

com e sem odor

 

essa vontade absoluta de ser feliz

mesmo que máximas e sentenças

sejam algozes da matriz

 

que torna todo homem cativo

da cruz erguida ao pé do céu

e que nos fazem pedintes e mendigos...

 

Me tornei tornado e vendaval e ciclone

e versos esculpi em sangue em noites insones

por esse amor indissolúvel à poesia

mal sabendo que pensei criá-la

e ela é que me cria

como filho em seu vasto campo que adorna o infinito

eu - grão de luz a buscar o brilho como a voz busca o grito...

 

 

 

Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados