Se algum dia eu sumir,
não me procurem em bares,
não investiguem lugares.
 
Não estarei na esquina,
não pousarei em castelos,
nem levarei meus chinelos.
 
Não voarei de avião,
nem pegarei a estrada,
não restará nenhum rastro,
do passo de minha escalada.
 
Se algum dia eu sumir,
esquecerei o meu mapa,
guarda-chuva e capa.
 
Esvaziarei os meus bolsos,
eliminarei qualquer pista,
qualquer vestígio que exista.
Não viajarei de navio,
nem entrarei na floresta,
incinerarei toda prova
desse tempo de vida.
 
Carregarei dores e amores,
trancafiados no cofre,
onde reside e sofre,
a obsessão da partida
 
 

CARLOS FREITAS DE SENA
© Todos os direitos reservados