Daqui da janela recifense
Pude avistar
O ar, as ondas e o fundo do mar
 
Penetrei meu olhar
Nas profundezas
Atrás de alcançar
A nação esquecida
Que mora por lá
 
Tem gente que ver o mar de maneira estática
Só olham as zonas pelágicas
Queria ir mais além
Sei que posso mais
Por isso meu olhar penetrou
Nas zonas abissais
 
Seria um sociólogo daquele lugar
Lá, percebi o quanto sou capaz
Naquela zona pude avaliar
Que a conclusão, era o “Az”
 
O Habitat é um campo minado
Pobre e pouco iluminado
Vivem seres resistentes
São Poentes de sobrevivência
Que relutam na vivência
O Sol mal os beija
Por isso que se adaptaram
Aquela natureza
Daquele campo minado
 
Depois dessa observação
Pude perceber
Que aqueles seres parecem
Com os que vejo na TV
 
Meninos e meninas das favelas
Moram nas zonas periféricas
Resistentes ao seu habitat de vielas
São fortes guerreiros e guerreiras
Cheios de mazelas
Adaptados a qualquer força de vontade
Dessa vida com pouca luz
E muita cruz
Sobrevivem nas profundezas da sociedade
 
Por fim, tiro a conclusão
Que naquelas zonas abissais
É só uma comparação
Que fiz de maneira singela
Daqueles seres vivos
Com os nossos amigos
Os Seres das Favelas
 
Sétimo Sentido