Teus olhos incertos miram meus lábios,
Circulam pelo meu rosto
Prendendo-se aos detalhes,
E se fixam em minhas pupilas
Dilatadas pela sede que tenho.
Sustentam o meu olhar e o intimidam.
E me esforço para não buscar refúgio nas imagens mais próximas.
E a ausência daquilo que me corrói
Perturba os poros da minha pele
Suplicando para que a física vença essa razão ilógica.
O teu desejo estimula o meu
E tua habilidade, conduzida pelo teu instinto,
Me dispõe à seu favor.
Nesse momento lúdico
Estou entre você e o banco do carro
Entre nossas vontades e a minha incerteza.
Então me afasto, antes de satisfazer o corpo,
Sentindo seu calor cada vez mais distante
E querendo que ele me acompanhe,
Enquanto você roga que eu vá embora.

Ingrid Vitorino Lázaro
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