Berlim e a volta do cisma

Placa tectônica exposta

verde-pequeno nasce
bel tormento nas rachaduras de concreto
muro pichado cresce 
Berlim acontece
volta tempo cinza
rostos pálidos sussurram um plano
boca vermelha de fraulein cochicha 
um lado da cidade não se vê
a divisão doutrora está de volta
novas emoções conectam à atmosfera
lúgubre temor atomizado
indivíduos e suas almas vem de lado
um rosto real descafeinado 
ô quadro que grita agora em carne viva
o espanto mistura-se ao encanto
o novo ganha velho aplauso
sem cor convive com o arco íris
diversidade de lua infértil
sol cheio de curvas do filho de Gogh
airado pela penumbra da poluição de chumbo
sem sentimento ou emoção que nos valha
belo é o excremento, o nazi-comunismo gramsciano
mais complexo e convexo
sem eira e nem nexo
deixe o mundo não ter tédio
penteie a vida em cima, no prédio
voe longe com sua asa high tech,
deseja amar sem um conceito
vários mais para o deleito
na beira da razão e da loucura
da solidão e da quentura
e da frieza desta latitude

Thiago Fávero
© Todos os direitos reservados