Amor juvenil d`outono d`abril

perdido em uma quadra do passado,

invadiste-me o viver sem bater,

meu tímido coração de menino.

Desfolhaste-me a idade e liberdade

desejei, quando sorrindo senti

que tudo era uma verde primavera

e a flor mais bela era quem amava.

 

Qual tormento que espera o seu momento,

despojaste-me do jardim tranquilo;

da paixão na estrada sem direção

abandonaste-me, eu, o assustado,

sem saber se devia, então, colher

aquele ramo perfumado e altivo,

sendo guiado apenas pelo fado,

fado de amar que aos poucos conhecia.

 

Amor juvenil d`outono d`abril,

quando me encantava co`a rósea tarde,

encontraste-me sozinho em meu ninho,

deste-me um céu imenso para voar.

Hoje penso, agora que tenho senso,

se não foste o início de minha queda,

pois me perdi na ilusão, dividi

contigo, amor, a novel existência.

 

Vendo teus passos sobre meus pedaços,

minha inocência qual folha outonal,

já nem sei se de ti precisei,

mas sei que foi tão bom e quero mais!

Eu quero amar sempre sem me importar

com os tropeços em minha caminhada;

Esquecer-te, meu juvenil amor,

e dos beijos daquela namorada.

 

 

Alexandre Campanhola
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