Nas bandas do Oriente, havia um camponês,
veja só o que Ele fez ao reunir suas ovelhas,
brancas, pardas e vermelhas, uma a uma ele contou.
Sentou-se preocupado: Será? Contei errado?
Novamente a contagem.
De certo lá na pastagem,
havia ficado uma e antes que ela suma,
partiu-lhe a procurar.
Todas essas no abrigo,
pois aqui não tem perigo,
vou deixa-las descansando,
enquanto o sol vai entrando.
E iniciou a jornada!
Era escuro e era frio, começou fazer geada.
Ouvia-se o uivar de lobos na altas frias montanhas,
pensava que as entranhas da pobrezinha ovelha,
já tinham-lhe devorado, bem antes de ser achada!
Mas o Bom Pastor persiste, escalando montes frios,
atravessou alguns rios,
chocalha o sino constante, cansado seguia avante,
atento a um bramido seu.
De madrugada a dentro, espera em qualquer momento,
ver a manifestação, mas veio a fadiga, então...
Sentou-se a descansar,
tomou alguns goles d'água e rendeu-se a cochilar.
No outro dia inteiro, palmilhou outeiros, campos,
procurou em todos cantos, vales, rios, gruta a dentro,
quase desistindo então - quando em certo momento,
ouviu um gemido e atento:
Era dela este bramido! Pois a conhecia bem.
Olhando do alto a viu, tremia de tanto frio,
juntou-a nos braços seus,
assim como faz Deus!
Esqueceu o seu cansaço, atravessou o regaço,
marchando como um soldado e em seus braços,
pendurada, levava a ovelha ferida,
assustada e afligida, já quase sem esperança.
Chegou logo a sua estância, e chamou aos seus amigos:
"Esta, eu havia perdido, felizmente a encontrei".
Foi tanta felicidade naquele forte abrigo,
que nem me expressar consigo.
De tanta emoção chorei.
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