Nas bandas do Oriente, havia um camponês,

veja só o que Ele fez ao reunir suas ovelhas,

brancas, pardas e vermelhas, uma a uma ele contou.

 

Sentou-se preocupado: Será? Contei errado?

Novamente a contagem.

De certo lá na pastagem,

havia ficado uma e antes que ela suma,

partiu-lhe a procurar.

 

Todas essas no abrigo,

pois aqui não tem perigo,

vou deixa-las descansando,

enquanto o sol vai entrando.

E iniciou a jornada!

 

Era escuro e era frio, começou fazer geada.

Ouvia-se o uivar de lobos na altas frias montanhas,

pensava que as entranhas da pobrezinha ovelha,

já tinham-lhe devorado, bem antes de ser achada!

 

Mas o Bom Pastor persiste, escalando montes frios,

atravessou alguns rios,

chocalha o sino constante, cansado seguia avante,

atento a um bramido seu.

 

De madrugada a dentro, espera em qualquer momento,

ver a manifestação, mas veio a fadiga, então...

Sentou-se a descansar,

tomou alguns goles d'água e rendeu-se a cochilar.

 

No outro dia inteiro, palmilhou outeiros, campos,

procurou em todos cantos, vales, rios, gruta a dentro,

quase desistindo então - quando em certo momento,

ouviu um gemido e atento:

Era dela este bramido! Pois a conhecia bem.

 

Olhando do alto a viu, tremia de tanto frio,

juntou-a nos braços seus,

assim como faz Deus!

 

Esqueceu o seu cansaço, atravessou o regaço,

marchando como um soldado e em seus braços,

pendurada, levava a ovelha ferida,

assustada e afligida, já quase sem esperança.

 

Chegou logo a sua estância, e chamou aos seus amigos:

"Esta, eu havia perdido, felizmente a encontrei".

Foi tanta felicidade naquele forte abrigo,

que nem me expressar consigo.

De tanta emoção chorei.

 

 

 

 

 

José Aparecido Ignacio
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