A Desinência da Distância

 
De que me vale ser a sua inspiração,
Se a liberdade vã me deixa disperso.
No entanto, o egoísmo paralelo toma conta,
E cada ação equivale aos dois lados ambivalentes.
 
Ser forte seria morrer por dentro,
Deixar o sentimento de desistência invadir?
Tombado pelo desamor e desesperança,
Onde a mentira recriou um novo desenlace, completo, secreto.
 
Quanto ao tempo, hei de viver só em mim,
Quando paixão não há e amor “inexiste”.
Tão fora seria voar solitariamente na imensidão,
Neste Universo em decreto esperado de evolução extinta.
 
Não quero mais ser nada, nem tudo,
Me deixe ir embora agora no adeus.
Liberte minh’alma, corpo e coração,
Existir no incrédulo sem fim do dissabor seria melhor.
 
Vá, levante-se, alegria, viva, contenha-se ou abra-se, escolha,
Você tem o que quer sem mim e o que não quer comigo.
Faça do meu mal sua eterna felicidade, e no meu mau o seu furor de vanglória,
O seu triunfo é ter o mundo em suas mãos, possua-o, trague-o.
 
Transparece esse peito aberto quem nem pode mais ser atravessado,
Pois a matéria foi corroída e comida nas terras do tempo da traição.
Dor que não dói mais, apenas “segue o seco” sem palpitar, difere-se amarga,
Nas tempéries recebidas da vida em co-relação degenerada do meu ser ceifeiro.
 
Grite com vivacidade, seu clamor fala mais alto,
Seu poder de poder cabe dizer auto no seu desprezo, tanto o pudor e o querer.
Quão sorte insígnia e uma flor estupefata congruem-se com destruição de sua soberania,
Continue a caminhar sem compartilhar os seus segredos,
 
Pois não valho uma gota sequer de suor, de sangue, nem de brincadeira, que sorte a minha.
Seu prazer que me traz desespero constrói por si só, sua solidão,
Mesmo que as nossas dádivas não se encontrem mais indestrutivas.
 
E a tão cálida rosa do Amor, seja erguida pela invencibilidade sofrida.
 
“Mártires e rezas bailam feito borboletas ao som de música fúnebre das emoções mortíferas e fatais”...

Rômulo Silva Ladeia
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