Beijo, ao despontar do sol nascente,
quando a pálida lua já dormiu.
Argênteos raios somem de repente,
linda rósea aurora nos cobriu.
 
Não é só essa nossa fantasia
que nos veste de tão doces quimeras;
é a vida tornando-se estesia
pelo amor regresso de outras eras.
 
Tudo nos arde como um fogo intenso
que nos queima em labaredas fatais.
Errante, proscrito de um céu imenso,
 
cubra-me com seus gestos sensuais,
sinta quão suave é o meu corpo tenso,
deite-me em seus sonhos mais reais.
 
Tatuo o meu beijo no seu corpo
e a volúpia atraca em nosso porto. 

                                                              

Luisella
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