Meu pensamento vaga em ambientes obscuros

Guiado unicamente pela esperança do verdadeiro amor.

Exploro com medo no espírito a inconsciente e angustiante dor

E converto em coragem o desejo do novo, de novos futuros.

 

Quero encontrar um sentimento cálido, vulcânico, ardente.

Um sentimento que de tão colossal e magnânimo, sobrepuje

Qualquer outro e que me faça delirar selvagem como o leão que ruge

Tendo em mim um amor infinito, um coração incandescente.

 

Brilhe fulgurante como o supremo e esplendoroso arco voltaico

Iluminando o céu em seu divino e misterioso artifício.

Por este amor hei-de superar o máximo e corrosivo vício.

Por este amor irei do futuro ao presente e do presente ao arcaico!

 

Deste amor da alma e que se extende ao corpo, almejo

Carregar tanto o pagão e profano, quanto o místico e sagrado!

Venha a mim na forma mais simples e te verei como algo idolatrado!

Queimando lentamente as chamas da vida muito além do desejo!

 

Algo em mim mudou, há uma ardência interna a me queimar.

Um fogo... Não, um avassalador veneno... Não! Algo além!

Não sei bem o que dizer... Mas não é algo a ser visto com desdém,

Posto que não é deste mundo, posto que é o sentido supremo de amar!

 

Faz meu corpo e a alma arderem, derreterem, tornarem-se flácidos.

Beijos de volúpia e amores fogosos quando vejo de teu seio a curva.

Fico embasbacado com tal sentimento, fico com a visão turva

E me perco neste amor ígneo, esta química de sentimentos ácidos...!