Desisti de entender quando o suicídio da razão
Subtraí-me o tempo. Eternizei as cores do amanhecer
Provoquei a insônia em não adormecer na frustração
Da manhã que ausente você, é saudade no entardecer
 
Pelas areias ainda mornas, do sol em dia de solidão
Meus passos incertos, vestem a lacuna do meu ser
Penso intermitente, uma fatia me é ausente, sou fração
Antes e depois. E você em qual porção se fez prazer?
 
Mergulho profundo no eu, tentativa em atino ao alvo
Intervalo inconsciente, morte a prazo ausente do grito
Do espaço maldito que me furta da memória o escrito
 
De tudo que foi dito, pelo desejo de um rumo em falso
E a esperança é o que me resta, de ser um dia reescrito
Nas páginas do instante em leitura quando posso ser lido   

 

 

Murilo Celani Servo
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