Cresce na alma um sentimento pungente, desalento.
Como se em aniquilamento, ela fosse lançada à tempestade.
Fica a chorar sem que lágrimas escorram... A eternidade,
Retroativa a mostrar todas as desgraças, todo o tormento.
Percorre nos campos espirituais, leão faminto e atento,
Pronto a devorar o que de mim está lá, extrema ferocidade
A se fartar do humano em mim, e sendo rei, deixando animalidade,
Posto que governa o que eu me tornei. Tirano sangrento.
Esta tristeza que emerge súbita e muda o que nós somos,
É como uma imensa árvore com ramos de dor e que gera pomos
De angústia, de fúria, de apatia, de questionamentos, de estio...
Alvejar o infinito é ver o quanto a existência é vazia, perder a alma.
Correr anos breves e que à esta visão, não têm fim, não têm calma...
Cobre esta "vida" imensa árvore a dominá-la de um jeito sombrio...
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