O GALO É O RELÓGIO QUE DESPERTA O POBRE

 
O galo canta anunciando o dia
O viajante monta ao seu cavalo e segue...
Estrada afora com destino ou não
Deixa a família, procura trabalho
Arrisca-se a tudo para dar-lhe o pão
É seu dever e santa obrigação
 
Da busca incessante não desiste
Volta à tardinha para o lar sagrado
Vem pensativo amargurado e triste
Pois seu esforço todo foi perdido
No dia seguinte segue o mesmo fado
E pela estrada volta constrangido
 
Procura um vizinho pra lhe socorrer
Esconde a vergonha e lhe diz
Que em sua casa não tem alimento
E sua família só dele depende
O usurário logo lhe responde
Com o dinheiro, tudo aqui se vende!
 
Olha pra o céu e com fé implora:
“Senhor Jesus vós que tudo pode
Socorrei-me neste desespero”
E uma lágrima sobre o peito cai
Recebe forças volta consolado
E novamente pela manhã sai...
 
Logo desponta o sol reluzente
Que nasce pra todos sem exceção
E com ternura a Deus agradece
Ver o sol claro e nuvens azuis
Mais uma vez ora confiante
Ao rei dos reis o Senhor Jesus
 
Já não galopeia segue devagar
Pois sem destino não precisa pressa
Olha pro chão ver algo brilhar
Pula da cela para ver de perto
Encontra uma pedra de valor incerto
E se pergunta: Isto, o que será?
 
O seu achado está sujo de areia
Passa-a na roupa para limpá-la
Ver que a mesma é resplandecente
Guarda-o com amor carinhosamente
Sereno e confiante segue sua jornada
Grande esperança em seu peito sente
 
A um seu amigo apresenta a mesma
Este lhe diz:  “Aposto que é brilhante
Dos mais perfeitos e de muito valor”
Mostra-lhe uma loja mais adiante
Cujo proprietário de minério é conhecedor
“Tenha cuidado e saiba ser um bom vendedor”
 
Ele sente que Deus o ouviu
Alegremente faz nova prece
Por muitos milhões vende o que achou
Muito feliz a Deus agradece
Pensa contrito o que vai fazer
E com os pobres divide o valor
 
Se ricos assim procedessem
Não haveria miséria e todos teriam o pão
As crianças não sofreriam tanto
Os desabrigados não dormiam ao chão
Os que choram enxugavam o pranto
E no mundo havia perfeita união
 
Deus que tudo criou com abundância
Para não deixar-nos de fome morrer
Deu-nos um jardim com flores e frutos.
Suas santas graças, pois em nossas mãos.
Apenas pediu-nos um bom proceder
Pra no seu reino termos salvação.

MARIA AGLAIDE NEVES
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