Pai.
 
Acabei de comer um arroz, como aquele que você fazia quando estava mais contente.  
Aquele com pedaços de tomate e cebola misturados, lembra?
A essa hora, todos dormindo, sentei na sala com o prato na mão...
 
Me perdoe se eu não for a tua sepultura amanhã.  Não consigo.
Bem sei que tu não estás lá;
O corpo que vem do pó, ao pó retorna.  Mas o espírito que procede de Deus, retorna pra junto dEle, pra um lugar especial onde os pais devem estar esperando os filhos.
 
Você me ensinou tudo que eu precisava saber pra me tornar um homem.  Me preparou para a vida.  E agora o pai sou eu.
Mas bem que você podia ter ficado por aqui  mais um pouco. 
Eu to dando conta do recado, mas não tenho a tua sabedoria.  Não tenho a tua segurança, nem sei todas as respostas como você sabia.
Eu vou me virando, mas ainda existem muitos momentos em que eu preciso do teu conselho.
 
Sinto muitas saudades...

BRUNO
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