As dores do mundo e as dores da vida...
Em meio a tudo isto as crianças riem
Riem, correm e brincam
Sempre alimentando belos sonhos
Em seus corações, inocentes
Mas, sonhos estes, que no passar dos anos
Pouco a pouco vão se desmanchando
Feito um castelo de areia
Quando o vento sopra mais forte
E o menino, a cada passo
Passa a deixar tantas coisas jogadas
Ao longo deste caminho
Reorganizando sua bagagem
E abandonando o que não vai precisar
Então, o próprio menino é largado
Jogado pelo meio do caminho
Quando os curtos passos deste menino
Não conseguem mais acompanhar
Os passos apressados de um homem
Que ao se olhar no espelho
Percebe que não é mais um menino
Sendo alcançado pelas preocupações de um homem
Que o faz entender todo peso de uma lágrima
Que uma mãe....
Que um pai
Derrama por um filho
Lágrimas estas que ofuscam o brilho de qualquer sorriso
Por ser difícil esconder seu curso
Quando saem dos olhos e descem pelo rosto
Roubando a cor de seus cabelos
E tomando a alegria de seu coração
Então, por um breve momento este homem respira fundo
Tentando reter estas lágrimas, se perguntando pelo menino
Desejando voltar no tempo e encontra-lo pelo caminho
Torcendo para que não esteja em nenhum esconderijo
Menino que corria com um coração livre e leve
Distante de tantos pensamentos, imerso em seus sonhos
E longe de tantos fantasmas que hoje assombram um homem
E o escravizam em seus temores
O tornando dono de um coração amargurado
Que se encontra cansado e surrado
Devido às tantas variações da vida
Que dificultam cada batalha travada
E o regam de incertezas
Quando suas certezas desmoronam
E já não sabe mais o que fazer delas
Como se seus pés caminhassem
Pelas ruas de um labirinto
Algumas vezes descalço, outras, faminto
Quase sempre sozinho
E embora a multidão, que se faz ao redor....
E todos nesta mesma procura
Urgente procura por uma saída
Saída para um lugar onde os fantasmas não nos encontrem
E as assombrações não roubem nosso sono
E nossas preocupações tenham o peso das preocupações de um menino
Que repousa em um sono tranquilo até o amanhecer chegar
Mas.... O tempo passa
E chegam os fantasmas
E diferente dos fantasmas que assombravam os meninos
Estes fantasmas assustam homens, lhe roubando o sono
Fazendo com que deseje a máquina do tempo
E encontre no tempo um refugio
Onde possa andar lado a lado com o menino
Em suas preocupações que não roubam a cor de seus cabelos
E o fazem pensar no próximo dia sem as farpas da incerteza
Que hoje se encontram espetadas no coração
7 de Agosto de 2012
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