Sou o que me resta,

não há leito de morte,

não há corte no meu peito,
nem sombras pra dissipar.
 
Eu poderia ser.. tantas coisas,
um suicida, um sacerdote, um aprendiz,
ou apenas um tolo,
refazendo o seu jardim.
 
Eu poderia ter tantas coisas,
funções, religiões, alucinações...
ou somente ter
um plano prá partir.
 
Sou apenas esta frase se formando,
uma mente se ajuntando,
apagando palavras na areia,
pra se esparramar de novo.
 
Sou o que vai ficando,
com a porta entreaberta para o  inevitável,
sem palmos pra medir certezas,
nem passos pra traçar limites.