Sempre preso a mim, como velho grilhão...

Mais pesado que um fardo (em corpo e alma).

Nem sei dizer se és a tormenta ou a calma

Nos oceanos em que meu ser é um navio a ser tragado por um furacão.

 

Arrasto-o como um amigo e como um trauma.

(Bem sei que no íntimo, és minha platônica paixão).

Hipócrita flor a sempre brotar (e murchar) em meu coração

Como a fúria, o frenesi, em suma, o qual nunca se acalma!

 

Pouso meus olhos no nada, a divagar:

"Estou preso à ti, infindamente, ó corrente!"

(Devo, então, ao meu algoz, como a um deus, amar?).

 

Firme pulsação ao te ver, e trêmula e aguda dor...

É assim que acaba: Um sentimento demente,

Mas sublime. Sempre preso a mim um eterno amor!

 

Escrito em 20/01/2012.