Espelho

Eu ainda vou olhar nos teus olhos e deixar o mundo desabar.
Isto comprometerá todo seu interno, pelo externo que te condenará?
Continuarei sendo aquele que te ama sem veemência,
Em sã consciência do amor intacto, e digno de sua pena?
 
Como eu queria te amar, no seu entendimento,
Sem o silêncio avassalador dos meus verbos de cetim.
Não era a dor que eu sentia, era a saudade de você
Que me sabotava antes das suas novidades virarem contra mim.
 
O desejo por querer o teu último amor
Diluiu em fervor dentre meus alicerces,
Enquanto decifrava os elos dos nossos elos...
 
Você continuará sendo o único segredo que não poderá se revelar.
Eu não queria abandonar o nosso mundo, mas tive que ir...
Deixei, mesmo assim, um te amo bem visível no teu reflexo ao sair.

Estocolmo, Su

Carl Dahre
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