Eu vinha pelo corredor,
tropeçando em meus próprios pés,
sem olhar muito para os lados;
apenas prevendo quando acabaria.
Ela ergueu seus olhos para mim
e tive a sensação que quisera sorrir.
Nesse dia quente de inverno,
não havia porquê não fazê-lo.
Então sorri eu,
para mim mesma,
sem me preocupar
com alguma resposta.
Sorri por sorrir.
Um sorriso sem rumo
sem pudor
e que, ainda que sincero,
sem razão de existir.
Soraya Costa
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