P.S.

Acintoso talvez eu parodiar o poeta consagrado
que admiro demais e fluo de empatias
ocorre que provavelmente eu não tenha o calibre,
mas tenho o objeto da minha inspiração - oh sim -
inspiração fruto das minhas íntimas indignações
e o poeta publicou sua poesia, ela me contagiou

 

E agora psycho?
Sua farra acabou, a luz apagou e as pessoas se foram
teus contratos foram honrados sob processo
não te sobrou nada bom pra herança
E agora psycho?
Já não pode fazer maldades
fazer o jogo da pena, do coitadinho,
tocou corações, nunca acreditei
E agora psycho?
Está sem os cargos conseguidos com bajulações,
usando pessoas como objetos e meios
usando amizades para interesse
E agora psycho?
Sua palavra melosa, seu furor profissional
ficou sem discurso, eram tudo lábias,
fez nada concreto
E agora psycho?
Sua lavra de papelão, seu terno de papel higiênico
sua incoerência, incosciência do mal que causavas
só rivalidades no seu interior... foi-se
E agora psycho?
Com a chave ardilosamente recebida nas mãos
quer abrir a porta, que porta?
Quer que tudo acabe em pizza
Que pizza? Que tudo?
Com suas patas de aranha
correu da responsabilidade,
pulou, pintou , bordou
se você fosse humilde
se você não fosse calculista e articulador
se você não puxasse o tapete de outros
chorando que é a maior vítima de todas
Mas você não era a maior vítima de todas,
o seu mal tem um nome,
e agora Psycho??
Você não me convidou para suas festas
também eu não fui para o seu enterro.

 

Bom final de semana!

Poesia e poeta citados: "José" de Carlos Drummond de Andrade
Elisa Gasparini
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