O poeta morreu,
Ficou aquele que oferece o chapéu
Sem coelho dentro
E que no bolso do paletó
Esconde um pardal
E que no peito esquerdo há um flor
Que não jorra água
O poeta se foi
Enquanto comemoravam um carnaval
Em seu rosto, pintada de tinta guaxe,
Uma lágrima caía
E seus passos lembravam o homem do cinema
Que andava com sua bengala
"O poeta não volta", ele disse
Foi morar dentro de uma cachoeira
Onde as luzes das estrelas não o deixam dormir
Onde as flores estão mortas no inverno
Onde não vê poesia, só o poeta
Enxugando as lágrimas do borro azul
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