À ESPERA DE SEBASTIÃO!

 Espesso, é o manto de nevoeiro,
que turva com luz nublada,
 o desejo de um povo, prisioneiro
de medos e vontade controlada!
 Reprimido no seu grito guerreiro
que  O  liberte, aguarda
a chegada dum herói desejado,
que por morto, É tempo de se ver enterrado!
 
É tempo de sepultar o Equivoco da Neblina
e recuperar a Força que modernizou o mundo,
traçando caminhos que nos levou à China,
navegando em mares de chão profundo,
em busca da prata, do ouro e platina,
das sedas, canela, café e Chão Fecundo!
Tempo de gritar bem alto o grito multiplicado,
que em Abril teve voz... e  foi abafado!
 
É tempo de recusar a promessa adiada,
agora, em discurso que veio do exílio,
soprando ventos de sorte dourada,
prometendo o sol e mais  auxilio
a um povo que labuta e continua sem nada!
É tempo de soprar o contra -Alísio,
dissipando a mentira que veio da fuga,
acordando Abril... que ainda madruga!
 
É hora de enterrar Sebastião,
e com ele, O Equivoco da Neblina,
ignorando o sonho da Ilusão,
navegando em recta Bolina,
rumando ao Sul, correcta direcção,
 recusando o discurso que opina,
que do Norte, sopra melhor Sorte,
quando vemos saque e Morte!
 
 
angelino
 

santos silva
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