Lá se ia  sobre o fio suspenso

graciosa e leve

a equilibrista

travestida de bailarina...

Tules e fitas

acenando no ar

e a mão

enfeitada de luva

segurava sombrinha

com seus encantos

de equilibrar...

Lá em baixo

a multidão

disposta em alas

fazia apostas

pelo cai-não-cai...

Mas ela sonhava

acrobático pensar

de giros de braços

num perfeito compasso

com o próximo passo

sobre o fio,

lá no ar...

Na multidão, fugida das alas,

passava criança,

sempre a gritar:

"- Mamãe! A aranha caminha

no fio da teia, de sombrinha?.."

"-Psiu, filho! Olha a moça!"

Ananda
© Todos os direitos reservados