ODE AO POETA DESCONHECIDO

 
Benedito C.G.Lima
 
Eu vou me escorrendo
Pelos becos no ritmo da boemia portuária
Sentindo o cheiro forte da mulata
Trescalando farto alvo doce
Outro não há.
 
E a minha figura vai á procura
Da emoção que se despenca
Pela barranca e o povo pobre
Sacia a sede... matando a fome...
Enquanto o branco com ar de nobre,
Escorraça os pássaros da linguagem
Num quarto quente do Sarobá!
E o poeta boêmio vivido
Constrói seus versos com artefatos...
Pele já rota miséria á solta
Garrafa cheia... copo vazio...
E o poeta desconhecido sorve nos fastos e poesia
Fossilizando a própria historia
Lobivar de Matos esta na memória!
 
 

benedito c.g.lima
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