Cantinho vazio, minha terra invisível...
   Por que a loucura que não ressucita mais o passado?
   Por que retomas a dor que julga a presente fidelidade?
   Secou-se o poço dessa esperança...

   O coração delicado, sangue de adubo firme e restaurado no tempo...
   Desenhei um novo castelo nas páginas dos sentimentos
   E a voz morta se renasce nos ouvidos da perturbação, açoitando a paz!
   Sigo agora mergulhado nas veias que ama o aprendizado, que abraça o que sei...

   Vens à tona acordar um paraíso que espeta o perdido que foi doce
   Descrevendo na memória gestos justos dos sorrisos ao astro que se distanciou
   E penetrando nas rochas da alma a saudade de abraços mestres da vida...
   Por que ressurges invisível e calada, bela e atormentadora?

   Corro os olhos pelos vales nascentes do passado e amargo meus lábios...
   Sinto a brisa dos beijos frios molhar a cautela do prazer
   E me discuto, me desprendo, me abrigo, me dôo, em amparo ao presente...
   As tempestades desse nome erupciam a serenidade do destino, mas vencidas

   Por vezes adormeci os sonhos nos encantos da existência tão distante
   Abrigando-me os anseios nos suspiros arrepiantes das expectativas
   Agarrei as lágrimas na tenda dos lençóis, aspirando a essência dessa face imparcial...
   ...esperança que se interrou, que faz reviver!

Salvador/BA.
 

Robson Gideão Soares
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