Pranto do luar... Pranto do poeta...

Cala-se a noite ao pranto do luar,
Notívago, andarilha o poeta a divagar,
Teu sinuoso pranto na face á deslizar,
Revela-te que o amor, demora a chegar...

Qual cortejo de falenas; brincam as estrelas
Ao redor da lua; e ela, tão feliz por tê-las,
Disfarça um sorriso, das lágrimas perenas
Que eras após eras; deslizam tão serenas...

E assim também, é o poeta com tua poesia,
A poesia é o pranto do poeta, e em harmonia
Os versos brincam ao teu redor como magia...

Quão esta inefável magia, é o beijo da espera,
Onde o poeta andarilha as ruas da quimera;
Em que os prantos se confundem, do luar, e do poeta...

Nivaldo Ferreira
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