A mão insiste e não resiste a mais uma linha
A mais um dedilhar de alma que escorre palavras desabridas
 
A mão insiste e persiste no tempo terminado
No papel acabado
Na tinta ressequida
Nos versos desgastados
Na imagem pueril de um qualquer lavrador
Que ara a terra sem pudor
 
A mão insiste e no fundo é triste
Sentir que a melancolia
Arrebatou todos os verbos, todas as estrofes
Todas as histórias e predicados
Aqui criados
IC

cardigos
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