Parada em um canto,

num lugar qualquer,

sem se quer se preocupar com

o tempo que passa lá fora,

deixando sua vida passar,

sem ao menos se preocupar

se alguém vai ligar.

 

Trexos de sua vida passam como

slides em seus pensamentos,

que na maioria do tempo é tão vago,

quando teu futuro.

 

Às vezes busca a motivação

para sair do buraco em que se enfiou,

parar fugir da dor da perda,

da dor do abandono,

o tempo passa, e ela permanece ali,

sozinha, com as pernas dobradas,

cabeça encostada em seus joelhos.

 

Não há mais lágrimas para essa menina,

não sabe ao certo o motivo,

se lágrimas secaram ou se apenas

aprendeu que as mesmas nunca comoverão ninguém.

 

Quem sabe um dia alguém dê falta,

ou será que sua existência é tão

insignificante ?

 

Olhos vazios, como seu coração

acompanham o último raio de sol que invade sua janela,

o último suspiro está tão proximo quanto

o novo dia,

mas será que o fim é a solução ?

Será que com o fim vem a salvação ?

Será que sua morte será lembrada ?

 

Suas memórias serão contadas

por pessoas desconhecidas,

num livro de capa velha,

sem um título certo,

com um conteúdo tão vago

quanto foi sua passagem por esse mundo.