Eu sou meu próprio mistério,
Talvez o interlúdio da dor
Daquele que canta escondido.

Sou o poeta introvertido:
Ao me ditarem "poesia",
Som que desconhecia
Digo: Como escrevo isso?

E entre os versos sucessivos
Vão passando as estações.
Mas serei pra sempre o mesmo:

- Um errante andando a esmo
Em constantes mutações...

Sou o garoto calado
Que vence nos argumentos,
Pois sabe o que está falando!

Sou a essência do silêncio:
Vazio, porém profundo
Em meu próprio transbordamento...