Eu, neste assento de sofá. Um vagabundo!
Observo na estante, a minha T.V.
Compreendo o universo que o homem vê
E me dou como alguém perdido no mundo.

Pois! Na minha mente obscura
Ilumina a Idéia Negra
Sem áureo brilho, anti-grega,
sem propaganda em qualquer muro.

Então, prendo a respiração
E agora, acho que me controlo
No egoísmo em que eu me enrolo
Por minha musa, a Inspiração.

Inspiração me abandonou
Impossivelmente me inspirei
por Ausência, seu vazio contem
O espírito morto do meu verso que passou.

Me afoguei na sanidade
Porque bebi raciocínio demais
O encanto da pobre musa se desfaz
Mediante a minha procura pela verdade.

E quando fito Inspiração, minha musa
Sei que não há verdade absoluta
Nem no ideal do poeta que luta
Pra conseguir uma boa expressão difusa.

Oh! Deuses mitológicos! Clemência!!
Se pra haver morte, deve haver vida
Que decência eu posso tolerar na indecência

E indecentemente, estou à me inspirar
Com o último suspiro da musa suicida
Morrendo, ao ver a Idéia Negra se clarear.

A musa se suicidou porque eu me inspirei com a inspiração...
Minha inspiração foi a ausência de minha musa, a própria inspiração...
Óh, Idéia Negra que brilha com exclamação!

Guarulhos-SP