De todas as batalhas enfrentei
Minha espada chamejante desembainhei
Minhas asas com força farfalhei
E diante de ti, enfim cheguei

A dor lancinante que em meu coração havia
Foram curadas nas batalhas, dor do dia-a-dia
Deixou profunda marca, eterna cicatriz
E fez gélido o que um dia se fez feliz

Tu me vieste em sonho
D’onde acordei tão tristonho
Nem ver teu rosto podia
Além da distância, um fria tela impedia

Não sei como reagir agora
Bravo guerreiro de Luz celestial
Diferente de tudo de outrora
Vi tu’alma de pureza perenal

Cada palavra trocada
Um sorriso vem e surge
Na boca até então serrada
O coração ferido urge

Tu’alma transbordando de paixão
Palavras vem a mim, de coração
As sinto, as leio, vejo tudo com carinho
E dentro de mim, chegaste de mansinho

De Príncipe não tenho nada
Anjo sou só à noite, de madrugada
Quando durmo e vôo todo o céu
Nas asas do Arcanjo Miguel

Sou flor em jardim sem vida
Rio cheio na seca do sertão
Cachoeira sem queda, nem euforia
Fugindo da dor do coração

Hoje encontrei meu refúgio
Num semblante puro e belo
Tenho em ti, um doce abrigo
E no peito temos um elo

Que a ti me prende
Desse amor que surpreende
Sei que de tudo me entende
E entendo a ti, tu’alma transparente

Em teus olhos a cor
Da cor do mar, e a lua a cor
Da cor do céu a te roubar
Essa cor que agora vem experimentar

O doce dos lábios feito mel
O que só posso admirar
Enquanto anjo no azul do céu
Utopia querer provar

Da estrela que escolhi
Meu pedido não ouviu
Chorei muito, mas agora te vi
Escondida onde ninguém viu

Tento voar até onde estás
Mas minh’asa cansada me impede
O coração é pesado a carregar
Mas teu olhar me fortalece

Assim sigo em minha batalha
A espada em punho levantada
A defender-te de quem quiser te machucar
Para o teu sorriso vir me contemplar

Longe dos olhos estás agora
Vive linda em minha imaginação
Afagada em minhas asas, toda aurora
Dentro do meu peito, perto do meu coração.

Deus nos fez encontrar
Tu que és o sonho meu
Siga teu caminho (o que tiver que ser será)
Inclusive o “Ab Aeterno” de tu e eu

E se nos aproximar tiver que ser
A distância irá se acabar
Voarei até a ti, só para te ver
E em meus braços poder te afagar.

Perdendo meus dedos
Em teus fartos cabelos
Dedilhar-lhe a face bela
Como pintor em aquarela

Que com a tinta na tela
Traduz o que diz o coração
Com voz da paixão
Lembrando sempre dela

Dela que hoje eu conheci, enfim
Falo só, sem tua companhia
De encontrar, mesmo que tardia
A paixão que trazes para mim

Volto então ao céu
Volto à Deus, à voar
Peço a Ele que te protejas
Para existir nosso encontrar

Quando esse dia chegar
Penso que meu sonho seria
Rezo então pra não acordar
E terminar a minha alegria.

Mas se sonho não for
E o anjo do Céu existir
Então não há razão para dor
E serei um eterno sorrir

Como anjo da guarda irei te proteger
Anjo que sempre irá te amar
Se a utopia de um beijo se render
Não habitará em meu peito, o medo de me entregar.

Fabrízio Stella
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