O Céu azul índigo

O Céu azul índigo

Olhamos para o céu final de tarde de um domingo
Era um azul nunca antes visto
Um céu azul índigo

Nos momentos que ainda estava ali
Nossos olhares sorriram
Sorrisos serenos e com ternura
pela última vez juntos

Sensível
Você captou também
Sim eu estava à espera disso

Esperei até chegar nesse exato momento
Era esse tom de azul
Que sabia iria encontrar no meu céu
Então eu revelei todas as minhas constelações escondidas
Dei a rota de todos os cometas
O mapa do meu universo todinho, dentro desse céu
Mas você só viu os asteroídes

Olho para outro céu
Um céu seu
É da mesma profundidade do azul índigo
Livre
Original
Criativo
Indomável
Ou uma coisa qualquer a ser preservada
Nunca saberei quem ao certo foi você

Então o azul índigo do céu se foi partindo
Seria esse o último céu a ser visto juntos
Fechando tudo o que não foi entregue
Todas as pequenas coisas vividas e as que não
Todos os planos levianos e efêmeros
Que nunca chegarão a serem cumpridos

O céu foi escurecendo
Com ele os olhares e os sorrisos foram se apagando

E como quem sem querer rouba um coração
Você roubou o meu céu, o amassou
E para perto das estrelas o jogou

Perto das estrelas que se apagaram há milhões de anos atrás

E de tantas outras que desaprenderam o brilho
Parou lá perto de um arco-íris que você não percebeu

O meu brilho foi também e se apagou junto
Igual a essa tarde de domingo
Que de céu índigo
Preto escureceu

São Paulo

L.Lucatto
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