Devotos de São Algo,
Devotos de Coisa Alguma,
Devotos de São Arauto,
Devotos de Santa Nenhuma.

Espero-te no portão
De joelhos dobrados,
Café e chave na mão,
E a reza do coitado

Na ponta dos lábios,
Descansa que eu trabalho,
Me engana, que eu adoro,

Sou devoto submisso,
Ser servo, eu preciso,
Sem isso, sofro e choro.

Ricardo Lemos
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